Recanto dos Montrevor

- Onde diabos você andou nas ultimas décadas, hibernando em um caixão? Como não pode saber o que é cosplay? - a indignação de Morpheu era tão forte que fez Cecil rir, considerando que ela ainda parecia desanimada com a recusa de Alucard.
- Hum, tudo bem... mas se precisar de algo, pode contar conosco.
- Com ela. ELA. Não me envolva nisso.
- Ajudar as pessoas faz bem para a nossa alma! - justificou-se ela, juntando as palmas das mãos.
- Fod@-se, ninguém nos ajudou quando precisamos. - ele retrucou do seu lado, parecendo realmente irritado desta vez, um pouco além do seu aborrecimento habitual. - E saia da minha cabeça, projeto de vampiro, isso é desagradável.

- Não sei o que essa tampinha pode ter de tão interessante. - Fez uma careta de descaso, uma ruga de irritação surgindo em sua testa logo em seguida. - As pessoas que são irritantes por natureza.
- Interessante, eu? Não é a segunda vez que você diz isso? - ela inclinou a cabeça, pensativa, logo focando-se no assunto mais importante da conversa. - Um grande mal... isso está relacionado aos irmãos que tanto procura?
- Quem é você afinal? - Morpheu ergueu uma sobrancelha, estreitando os olhos em seguida. - Alucard

- Drácula... aquele Drácula? - pela primeira vez, Morpheu pareceu demonstrar um pouco de interesse. - Rei dos vampiros, esse tipo de coisa?
A garota franziu o cenho, sentando-se em um dos sofás e estralando o pescoço de um lado para o outro. - Então seu pai seria um grande mal por si só? Isso é um tanto confuso, vocês não parecem ter um relacionamento muito agradável, pelo jeito que fala.
- É um vampiro, você queria que fosse bonzinho? - ele postou-se atrás de Cecil com desconfiança, observando de esguelha o convidado. - Eu ia falar pra que leva-se ela com você, assim eu teria uma folga, mas ouvindo isso estou realmente desconfiado de suas intensões neste lugar.

- Hum... sinceramente, acho que ele conquistar o mundo ou não, como acabou de mencionar, não faz muita diferença. As pessoas andam estragando-o elas mesmas. - Morpheu dava de ombros. Embora o fato de um vampiro controlar tudo fosse ser ruim para ele e a irmã em alguma instância, preferia não entrar nesse assunto. - Oh... que humilde.
- Você estava tentando se livrar de mim? - Cecil lhe lançou um olhar enviesado. - A gente conversa sobre isso mais tarde.
- Tanto faz... - revirou os olhos. - EU vou voltar para o meu quarto, tenho que zerar meus jogos.
- Mas há um grande mal no mundo!
- E eu com isso, já disse que não me importo...

- Quando você é diferente num mundo como esse, isso é inevitável - ele praguejou, voltando a entrar no quarto e batendo a porta atrás de si.
- Oxe, ele está mais zangado que o normal, talvez eu devesse começar a colocar uns calmantes no café dele... - suspirava mansamente, voltando a olhar para o vampiro. - Oi? Fogueira? Caça as bruxas ou algo assim? Não, eu acho que não... a propósito, posso te oferecer algo para beber?

- Que pervertido. - ela alegou, fazendo pouco caso e pondo-se de pé do sofá, esticando as pernas. - Hum, eu acho que deve ter chá matte gelado na geladeira, serve?

- Ainda assim soa pervertido. - franzia o cenho. - Imagino se você me transforma-se em uma vampira, eu seria uma vampira que controla o sangue... me parece muito legal.
Ela estava falando mais consigo mesma do que com ele. Foi até o outro cômodo e retornou algum tempo depois com uma jarra de chá gelado e dois copos, que colocou sobre a mesinha de centro. - Na verdade, nós fomos despachados para cá, praticamente. - enchia os copos, estendo um a ele. - Morávamos num internato para pessoas normais, então tivemos muitos problemas nesse aspecto. Creio que seja por isso que o Morpheu é desse jeito carrancudo, afinal quem me protegia lá era ele.
Pegou o segundo copo para si e estendeu-o, antes de tomar um gole. - Saúde!

- Bom, é o que os vampiros geralmente dizem nos livros. - ela riu discretamente, ficando ligeiramente vermelha pelo elogio, coisa que não durou muito devido a inexpressão no rosto dele. - Agradeço... hum, o que tem meu sangue, afinal?
- Você praticamente cresceu como um órfão, certo... seu pai é o cara malzão, sua mãe uma... humana? Não deve ter sido uma infância muito feliz.

(E eu achando que minhas histórias eram melodramáticas, viu -q)


- Bom, de alguma forma parece ainda mais estranho. - tomou outro gole do chá, esperando que ele fala-se sobre o que tinha errado com o sangue dela, mas vendo que esquecera-se completamente do assunto ao mergulhar em suas memórias, deixou por isso mesmo.
- Deve ter sido realmente difícil para você. - tocou gentilmente a mão dele com a sua livre por uns instantes, mas afastou-se logo após, pois temia estar sendo indiscreta. - Ao menos você sabe que ela o amava, isso já é uma grande coisa.

[Huehue eu nem criei essa só dei um ctrl + v do Alucard do Castlevania.]

Um silencio desconfortável permaneceu por alguns segundos, Alucard respirou profundamente e suspirou em seguida.

—Bom isso é passado... vamos mudar de assunto, quer me perguntar alguma coisa?

(Tá explicado -q)


- Tudo bem. - Franzia o cenho, concentrada em fazer uma pergunta qualquer para continuar a conversa. - Hum... é verdade que vocês não podem entrar em igrejas, são fracos a alho e a estacas de madeira?

- Verdade, olhando por esse ângulo. - ela riu. - A menos que tenha um médico muito bom.
Recostou-se no sofá, fechando os olhos por alguns instantes, e então respondeu. - Sim, afinal não tem como repor boa parte do sangue que uso. Se a quantidade for pequena ela volta por si mesma, mas quanto mais sangue gasto, pior é fazer com que ele retorne pro meu corpo. - tomou outro gole do chá, reabrindo os olhos. - Dependendo da situação, acabo precisando de transfusões.

- Verdade, dá um pouco de dor de cabeça, mas é só eu me controlar... - sorria brevemente, parecendo não estar muito preocupada com isso. Com o pedido dele, colocou o copo sobre a mesa de sempre e estendeu ambas as mãos para que ele as pegasse. - Tudo bem... o que vai fazer?

(Então como ela ia sentir a mão fria dele antes? -q)


Ela estreitou os olhos curiosamente, sentindo o toque do couro sobre sua palma, aquilo fez com que se lembrasse de um vidente ou cartomante, mas era ao mesmo tempo bem estranho. - Hum... para você em especial os corpos de qualquer humano seriam quentes, não?
Questionou, em certa duvida. Não que tivesse algum problema em ser a única ou apenas uma estranha, era apenas mais uma faceta de sua personalidade intrigada.
Suas mãos ficaram paradas um tempo no ar, depois que ele as soltou, e então ela pareceu perceber isso e tossiu levemente, constrangida, abraçando-se de maneira que as esconde-se. - O que, estranho? E o que é considerado estranho nesse lugar?